SÓ RASTROS
Vinha mirando o teu vulto na lua cheia
Vendo sumir o rastro no fim da estrada
Caminhava sobre os teus passos na areia
Sentindo o calor de cada uma pegada.
Abrindo ao longo, áureas tochas luzentes
Clareavam toda a extensão dos largos campos
Num festival de luzes fosforescentes
Iluminavam a trilha os pirilampos.
Entre nuvens, o luar vinha nascendo
E a tua silhueta, embaçada, entre a lua cheia
Indo sumir, no fim da estrada de areia.
E eu ainda estava, na tua imagem contemplando
Quando o sol, no horizonte, resplandecia
Nada mais via, só rastros, no fim do dia.
Ernani Serra
Pensamento: Trata teus superiores sem lisonja e teus subalternos sem
desprezo.
Confúcio