O BANHO
Num ritual de nudez oriental,
Sobre a pele as vestes iam deslizando,
Menina-moça despe-se no quintal.
Cabelos soltos cor do azeviche ao vento
Alisando aquele corpo tropical,
O sol aquecendo com ternura e encanto
Aquela tez perfumada e natural.
Escorre a água, o líquido é aquecido ao corpo
Resfriando sua emoção sentimental,
Acariciando por um longo tempo
Aquele monumento no bacanal.
Tua pele na espuma desaparecendo
No multicolorido celestial,
Cheias de sabão as mãos vão aparecendo
Esfregando de maneira especial.
Envolvidas, vão te amando e perfumando
Salpicadas de bolhas cor de coral,
No bico do peito a espuma vai pingando
Deixando o ambiente com odor floral.
Embriaga-se com o ópio do desejo
Bolina seu órgão na espuma trivial,
Deslumbrada estás, gozando no manejo,
Acariciada por mais um rival.
O jardim está florido e vicejando
Tanto quanto está aquele corpo vital,
A água, a espuma, o vento e o sol vai deixando
Os músculos tensos da amante no quintal.
Não ficando satisfeita pelo gozo
Daquela frigidez em potencial,
Esfrega com emoção a toalha ao corpo
Com ternura e higiene pessoal.
As peças tomam posição no seu corpo
Tudo termina num banho natural,
Que acabou num ritual improvisado
Saindo feliz pelo ato sexual.
Ernani Serra
Pensamento: A vontade de Deus está na vontade da humanidade.
Ernani Serra