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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

               



A CORTESÃ


Caindo pelos ombros, a blusa, na penumbra,
Como por encanto, a cada instante, cortejo,
Na espádua, a linha curva, no talhe sobejo,
Pelo seu corpo, a sensualidade, deslumbra.

As mãos inquietas movem-se discretamente
Como dois pássaros, assustados no ninho,
Desnudando o colo, com paixão e carinho,
Por um momento, solta os seios, suavemente.

O ventre, como uma pluma macia que se arqueia,
Embaixo, um leve buço dourado sombreia,
A coxa firme, que desce da perna ao artelho.

Sugando a doçura da pele de Frineia
Na agitação frenética duma colmeia
De súbito, surge seu corpo nu, no espelho.

Ernani Serra


Pensamento: Se escândalos pagassem dívidas, o Brasil não devia a ninguém.

Ernani Serra







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